A experiência da maternidade é, sem dúvida, a mais intensa e desafiante da nossa vida.
A partir do momento em que descobrimos que estamos grávidas tudo muda: a nossa perspectiva, a nossa prioridade.
Ser Mãe é arrebatador!
O momento em que aquele ser pequenino que aprendemos a amar durante 40 semanas se encosta ao nosso peito, transforma-nos para sempre.
O nosso coração passa a bater fora do peito.
É um turbilhão de sentimentos que assola o nosso corpo, tão fragilizado por todas as mudanças e variações hormonais.
Passamos a viver para o nosso bebé.

A ligação ‘mãe-filho’ não se extingue quando se corta o cordão umbilical. Intensifica-se!
A mãe é a referência e o porto de abrigo do bebé. É a mãe que alimenta, é o bater do coração da mãe que tranquiliza, é o colo e cheiro da mãe que embala e o mantém seguro.
O tempo para nós é praticamente inexistente nas primeiras semanas após o parto.
Todas as novas tarefas absorvem-nos, o tempo não rende.
Esquecemo-nos de como era a vida antes, tão mais simples e descomplicada.
Nem sempre é fácil gerir todos os sentimentos.
O cansaço acumula-se.
A vontade de ter um bocadinho só nosso acentua-se.
Percebemos que o corpo de mãe ainda tem muito para recuperar, mas nem sequer temos tempo para pensar nisso.
“Há-de ir ao sítio..”
“Tem tempo para voltar à forma.”…
Tem mesmo!
Não é prioritário!
Estamos tão focadas no nosso bebé, que tudo o resto fica para 2.º plano.

A parte profissional também é afectada.
Apesar da licença de maternidade nos proteger, nos dias de hoje de resposta imediata, é inevitável precisarmos de responder a um email, de abrir o portátil durante 30 minutos.
Torna-se angustiante não sabermos quando conseguiremos dar resposta.
Não há planos que possamos fazer.
O bebé nem sempre dorme durante o dia e muitas vezes adormece ao nosso colo…
Ou então aproveitamos o sossego para descansarmos nós, exaustas das noites difíceis que se acumulam.
Deixamos de mandar na nossa vida.
E não tem mal nenhum!
Faz parte.
Para alguém tão ‘senhora do seu nariz’, independente e organizada, tem sido um processo de adaptação e aceitação.
(Às vezes vacilo. Tremo. Sinto muito a falta de tempo. Mas, felizmente, tenho o P. ao meu lado a dizer que está tudo bem e que a nossa filha, neste momento, precisa muito de mim! E que estar sempre disponível para ela é a tarefa mais importante a que me posso dedicar.)

Para já, os artigos do Blog são escritos nas Notas do telemóvel durante a madrugada, enquanto embalo a Alice na maminha.
Sei que irei encontrar novas rotinas para cuidar de mim: regressar aos treinos, ganhar a massa muscular perdida, correr outra vez uma prova…
Voltar a ser Mulher para além de Mãe.
Encontrar tempo para responder aos emails e participar de forma mais activa no projeto da ‘miss’…

Ninguém disse que era fácil.
Mas vale a pena! 🙂
Um beijinho grande,
Mariana – @missfit.insta
Gostei muito do texto, é tudo verdade, revejo-me completamente. Custa mesmo muito ao início, não se pode dizer que volta tudo ao normal porque não volta, mas tudo melhora. Passamos a ter um novo normal. A partir dos 3 meses sentimos menos o cansaço e as coisas melhoram.
Muitas felicidades e não te preocupes com o trabalho nem com nada, os primeiros meses devemos estar focadas a 100% no bebé e em nós. Afinal, o que são uns meses em toda a vida profissional pela frente?
Muitas felicidades! Beijinhos
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“Percebemos que o corpo de mãe ainda tem muito para recuperar, mas nem sequer temos tempo para pensar nisso.
“Há-de ir ao sítio..”
“Tem tempo para voltar à forma.”…”
Nem sempre é fácil essa aceitação. Para mim não foi!
Acho que se deve de parar de fazer o floreado que se faz em torno da gravidez e da maternidade.
O sentimento de mãe é enorme, inigualável. É um novo ser, parte de nós e do nosso coração a bater fora, é a definição de Amor.
Mas isto das redes sociais e do parecer tudo bonito e fácil enerva um bocado.
De um corpo brutal que tinha, fiquei com 90kg no final da gravidez. Acordava pelas 4h30 da manhã para pegar Às 6h, treinava quando saía do trabalho. Mas chegou a um ponto que o cansaço e o sono não me estavam a deixar força para mais. Já passaram quase 10 meses e ainda não acho que esteja bem. Não como antes. Claro que tudo o que respeita ao bebé vem em primeiro. Mas a nossa saúde mental precisa também estar bem, para podermos cuidar dele. Nem todas temos oportunidade de começar logo a treinar, nem todas nós têm capacidade financeira para encomendar comidas para não cozinhar, nem todos temos avós reformados que fiquem 1h com nosso filho para irmos treinar ou espairecer, etc.
Ficamos sozinhas, percebe-se uma certa solidão de mãe que existe, choramos muito sozinhas e cansadas, recuperamos bem mais devagar. E não acho que não queiramos saber disso. Queremos sim, queremos sentir-nos bem e bonitas e queremos isso rápido, se possível!
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